Brincando as trocas e baldrocas de dinheiro.

A notícia do momento, transferência do grande jogador Cristiano Ronaldo, a transferência milionária, 93 milhões de euros. Coisa pouca para quem tanto brinca com o dinheiro, é o sector que pelos vistos não entrou em crise e que não entrará. Agora reparem na ironia de toda a situação. Estes últimos meses somos bombardeados com noticias sobre a crise, ora são empresas a fechar, bancos a falir, trabalhadores a protestar aquilo que realmente é seu por direito, pessoas a perder o pouco que têm e a ficarem cada vez mais miseráveis, vemos os pedidos de auxilio ao Banco Alimentar Contra a Fome a aumentar, eu que acho que grande parte da crise já é mais psicológica que outra coisa, sinto-me como certamente muitos se sentem indignada com esta situação. Mas mais indignada fiquei quando pela primeira vez vi a notícia da magnífica transacção. Expliquem-me como é que é possível termos pessoas a morrer a fome e outros gastarem assim 93 milhões de euros, milhões esses que bem distribuídos matariam a fome a tanta gente, que deixavam tanta gente bem, pessoas que realmente necessitaria do dinheiro.

Sinceramente é ridículo darem tanto dinheiro por uma pessoa que se vai limitar a correr atrás de uma bola até marcar golo. Poupem-me! Se ele ainda fosse fazer alguma coisa de muito bom para a sociedade eu até ia tolerando agora assim, é gozar com quem não tem nada na vida, gozar com quem perdeu tudo. Não consigo entender, o rapaz até pode ter uns “pezinhos de ouro” mas a valerem tanto? E as “mãos de ouro” de muitos médicos, enfermeiros, bombeiros (e de muitas outras profissões), quanto valem? Nunca nenhum deles ganhará nem um terço do valor da transacção e fazem muito, muito mais que chutar uma bola. Para não falar na instrução de muitos deles, que não se fica pela escolaridade obrigatória. Não quero por em causa a cultura de ninguém, mas nós jovens paramos para pensar e concluímos que tirar um bom curso superior sem garantias de emprego, porque hoje em dia é assim mesmo, e talvez um curso bem mais louvável do que pontapear a bola e quase nunca ganharemos tanto como ele vai ganhar, nunca seremos transferidos de empresa para empresa por 93 milhões de euros, por exemplo. Pelo menos eu conclui isso e parte da minha indignação passa também por aqui.

O mundo de facto nunca foi justo nem nunca será!