Recordar é viver duas vezes !

Muitas vezes damos por nós a lembrarmos de algo que em tempos aconteceu, ou de alguém que passou pela nossa vida. depois dessa recordação sentimo-nos bem, reconfortados até. Isto acontece porque recordar é reviver um momento do qual retiramos alguma coisa como uma aprendizagem.

Há ainda outro tipo de recordações quando trazemos algum objecto de um lugar onde estivemos para mais tarde recordar, ou tiramos uma fotografia ou filmamos algo para que esse momento nunca se esqueça.

É normal recordarmos momentos; palavras; emoções; aventuras; conversas; sorrisos; discussões; pessoas; paisagens; locais; musicas; brincadeiras; historias (...). Recordamos tudo o que fez parte de nós, até mesmo os piores momentos nós recordamos, talvez com o medo de pensar no futuro ou de viver o presente é que nos reportamos ao passado, usando-o como um apoio ou uma segurança . Claro que há explicações bem mais simples, como é o caso da saudade, mas até que ponto essa mesma saudade não é um refugio para os medos e as inseguranças?

Por exemplo, quando recordamos alguém de quem gostamos lembramo-nos dos melhores momentos que passamos com essa pessoa e sentimo-nos seguros, porque tudo correu bem , porque foi bom, isso mostra que utilizamos as recordações como uma segurança para algo de que temos medo ou para nos sentirmos bem e mais confiantes.

Choramos a recordar, rimos a recordar mas depois ficamos bem, aliviados porque de facto recordar é viver duas vezes !

"A melhor parte da nossa memória está fora de nós. Está num ar de chuva, num cheiro a quarto fechado ou no de um primeiro fogaréu, seja onde for que de nós mesmos encontremos aquilo que a nossa inteligência pusera de parte, a última reserva do passado, a melhor, aquela que, quando se esgotam todas as outras, sabe ainda fazer-nos chorar." (Reflexão sobre a recordação por: Marcel Proust)